terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Aos Amigos secretos virtuais...

Dizer do tempo parece nostalgia diante do tempo que voa aos nossos olhos.
Tanta informação, tanto conhecimento em tempo record, sempre precisando de mais e mais tempo...
E foi pensando no tempo que senti vontade de registrar onze novos Nomes que acrescentaram alegria neste meu tempo de agora. Os AMIGOS SECRETOS VIRTUAIS...
O tempo passa e ficam os melhores perfumes em forma de saudade ou de presença. E hoje estou inebriada pelo perfume da bricadeira pura e da alegria de viver.
Busquei na minha infância os dias de pique pega, amarelinha, passa anel e as inesquecíveis cirandas de roda. Sorri .. Mas o sorriso não foi nostálgico, foi um sorriso comparativo, pois o tempo passou, vieram as obrigações, os medos, as incertezas, os erros e acertos e estamos aqui... brincando.
As brincadeiras continuam, mudaram de nome, de forma, distância... mas continuam para quem as permitem.
Minha imaginação colocou meus AMIGOS SECRETOS VIRTUAIS na ciranda da alegria. Sim, Virtuais. Mudou de nome e forma.
Esta brincadeira trouxe sorrisos na minha alma e onze amigos de lugares que ainda não conheci...
Onze nomes, Onze amigos, onze vidas, onze sorrisos...
Com que idade se brinca?
Com que idade imagina cantiga de roda?
Com quem fazemos amigos secretos?
Não existe idade ou com quem...Existe vida e vontade de partilhar alegrias.

Então eu pergunto a esta roda: Qual a sua idade  Jp Saura  John Niedzielski, Cidinha Carioca, Jane Di Lello, Kate Niedzielski, Cidinha Carvalho, Eliane Lopes, Ana Maria Fonseca, Joel Doeka Milão, Francisca Lima, Ana Maria Plaza, Lu Pereira ?

Aprendi nesta ciranda que dizer sim ao tempo das coisas Dizer sim ao coração nos deixam mais leves. E perceber que a brincadeira continua estimula meu coração de criança e me sinto mais confiante e crente na amizade, ou do simples ato de querer bem ao próximo.

E para voltar ao tempo, digo em tempo que brincar com vocês rejuveneceu meus dias.
E nos pedidos de novo ano o pedido certo... que a brincadeira continue...
Um abraço de alegria e contentamento a cada um ...
E sorriso por dizer... ESTOU AQUI.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Canção das mulheres


 Que o outro saiba quando estou com medo, e me tome nos braços sem fazer perguntas demais.

Que o outro note quando preciso de silêncio e não vá embora batendo a porta, mas entenda que não o amarei menos porque estou quieta.

Que o outro aceite que me preocupo com ele e não se irrite com minha solicitude, e se ela for excessiva saiba me dizer isso com delicadeza ou bom humor.

Que o outro perceba minha fragilidade e não ria de mim, nem se aproveite disso.

Que se eu faço uma bobagem o outro goste um pouco mais de mim, porque também preciso poder fazer tolices tantas vezes.

Que se estou apenas cansada o outro não pense logo que estou nervosa, ou doente, ou agressiva, nem diga que reclamo demais.

Que o outro sinta quanto me dóia idéia da perda, e ouse ficar comigo um pouco - em lugar de voltar logo à sua vida.

Que se estou numa fase ruim o outro seja meu cúmplice, mas sem fazer alarde nem dizendo ''Olha que estou tendo muita paciência com você!''

Que quando sem querer eu digo uma coisa bem inadequada diante de mais pessoas, o outro não me exponha nem me ridicularize.

Que se eventualmente perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, o outro ainda assim me ache linda e me admire.

Que o outro não me considere sempre disponível, sempre necessariamente compreensiva, mas me aceite quando não estou podendo ser nada disso.

Que, finalmente, o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa - uma mulher.

  Lya Luft

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Um momento perfeito

Um momento perfeito

Esperamos sempre algo acontecer para que

encontremos nossa felicidade...

Impomos condições para que nossa paz

interna seja reestabelecida...

Procuramos fórmulas esdrúxulas para

resolvermos as questões que afligem nossas vidas...

Esquecemos de parar e reunir os cacos

que se encontram no caminho,

Com os quais poderemos construir

nossos castelos de sonhos...

Não poderemos ser felizes vinte e quatro

horas por dia,

Mas poderemos desfrutar da felicidade

por alguns momentos,

Então, no final de cada dia, saberemos que

valeu à pena o esforço!

Procuramos o momento perfeito,

a companhia ideal e o lugar certo

para nos realizarmos...

Mas não é assim não,

Somos cegos caminhando para a sombra!

A luz nos indica o caminho e, mesmo assim,

não a seguimos...

Hoje eu constatei que sou feliz e posso

encontrar o momento perfeito!

Para isto não preciso de alcançar nada

além de minhas possibilidades...

O momento perfeito na minha vida

acontece todos os dias,

quando estou ao teu lado

Quando meu coração bate no ritmo exato

E minhas tristezas e amarguras

são esquecidas,

Quando posso parar o tempo e reter

a sensação de estar contigo,

Este momento é perfeito!

Nele, eu tiro toda a alegria e toda paz

de que necessito para viver...

Quisera ser sua felicidade,

sua paz,

seu único amor...

sábado, 21 de maio de 2011

Presente


Onde encontraste tanta força
para, na dor, sorrir
para, na alegria voos tão
altos alçar?
Onde encontraste tanta coragem
para mares abrir?
Onde encontraste esperança,
ao cair,
para reerguer-te e prosseguir?
Foste gerada assim...
Chuva no deserto,
sol em plena tempestade,
Dia e noite;
sol e luar
Para gerar, mar, lutar, sofrer,
viver e, sempre, recomeçar.
Sempre o mundo em ti
E sempre a voltar,
no destino de não ir
E sempre a ficar, 
no desejo de partir. 
Feridas,
por entre lágrimas e saudades
jamais vencidas,
Guerreira, 
Te fizeste-te assim...
Na emoção, a pura razão,
No chorar, a mais pura canção,
nas decisões, oceanos de emoções
E, no olhar, uma imensidão
de sonhos atingidos,
desejos partidos,
atos incompreendidos
Mas, em puro e profundo Amor,
no recôndito do coração.
Eu, tu, nós... 
Tudo ou nada,
Sempre renascendo, em cada estação.
E, por entre sensibilidade...
Permitido a vida entranhar nos poros... distribuindo flores em forma de sorrisos...
Presente de Deus...


segunda-feira, 16 de maio de 2011

Sentidos



Teu corpo de mulher, será  meu sempre.
Perdia-me no peso representativo dos teus gestos,
Com dentes ainda me mordes os desejos, que despertos
Se mantêm em harmonias de sensações que a alma devora…

Teu corpo de mulher, orgia entranhada no pensamento,
Como nuvem de poeira distinta, cobrindo a lucidez.
Por ti, ébrio me ajuízo, fruído me revejo outra vez,
Por tufões de calores… afamo em teu sentimento…

Anseio sonhar-te, ver-me na fantasia real, não absorto.
Ser batel navegante em tua única via,
Ver-me estribado à margem do teu porto…

Anseio ver-me, sonhar-te, na real fantasia.
Ser síntese das carícias em teu corpo.
Ser na tua vida, a razão incidente da alegria…

domingo, 1 de maio de 2011

Silêncio



Por isso  e por demais belezas.... as rosas não falam...


Gesto de contemplação e prazer... onde a beleza não se esconde. Escancarada no dia elas me fazem calar e ser apenas "eu".

Simples assim...

Vida que segue.



quarta-feira, 20 de abril de 2011

Sabores

Vejo o instante mais promissor.
Sinto o momento com mais iniciativa.
Percebo os sinais com mais sutileza.
Acolho amor com mais doçura.

Convido à vida com olhos de garra
Serenidade disfarçada com sorriso
de canto da boca. Exalo brisa leve
enquanto afago fogo.

Apresso e recolho.
Volto mais intensa, própria e pura.
Sorriso escancarado de satisfação.
Descubro o "Work" inimaginado
do meu inglês não dito
em busca de sabores.

Verdades dos dias,
capacidade de premeditação voluptuosa
Entrega ou recuo,
fala ou mudez?

O vento e vinho que trás falas de descobertas
permissões receosas, falas que pecam
Escritas que aguardam detalhes...
Observação que cria visgo e gosto...
Simples... como chocolate, Ovomaltine ou vinho...

Vida que segue...


terça-feira, 5 de abril de 2011

Vida que segue...


 Não suportar palavras vazias,
Produz explosão dentro do silêncio,
Transforma o medo em visão.
Recorre à vida com fome e força.

Extrapolando senso e coragem
Sendo loucura
Buscando as cores que ainda não 
viu.
Visando tocar o arco íris
Que um dia acreditou ser tocado.

As janelas se abrem
Em regalo de dia de sol
Sintonia de engano e fragilidade
Plano inacabado e reconquistado.
Os passos, os braços e abraços
Todos pensados, perdidos ou reencontrados.
  
Fortaleza  fingida, máscaras dos dias.

coração vermelho que pede colo.


Cores inventadas que saem de mãos 

À procura de vida. Respirar e ação.

Luz própria dentro de tanta causa, proteção e sorte.

Vida que chama, reclamando tempo perdido.

Tateia seu céu,

 encontra  uma tela inteira a espera de tinta nova.



Tinta , pincel e ânsia na mão

Vestido do branco de ontem

percebe os pigmentos secundários

que a vida lhe sorri, de novo...


segunda-feira, 4 de abril de 2011

Nosso Trato


FIXAMOS UM TRATO, MEU CORAÇÃO E EU...
NÃO NOS LAMBUZARMOS EM “PALAVRAS DE MEL”
QUE NAUFRAGAM OS SONHOS, EM PLENO APOGEU
NUM MAR DE ILAÇÕES, ONDE O DOCE VIRA FEL

NÃO PULSAR DESESPERADO POR UM QUERER INCERTO
NEM NAS GRADES DO DESEJO DEIXAR-SE ARREBATAR
CONHECER SEUS LIMITES, IR NO ÂMAGO DO AFETO
DESSE ELIXIR SUAVE NUNCA MAIS DE EMBEBEDAR

NÃO SE DEIXAR LEVAR NAS ASAS DE TODO VENTO
MAS RESPIRAR EMOÇÕES, CUJO AR NÃO LHE FURTA
E POR MAIS QUE LHE CUSTE, VER DA RAZÃO O VIÉS

PORQUE NADAR NAS ONDAS DA LOUCURA É TORMENTO
E UM SENTIMENTO QUALQUER, É FEITO COBERTA CURTA
“QUANDO A CABEÇA AQUECE, CONGELA-NOS OS PÉS...”


Juscélia Sousa

quarta-feira, 30 de março de 2011

Aniversário

Sim... hoje é meu aniversário.
Trinta e três anos se passaram desde a madrugada de trinta de Março de 1978, quando Deus me colocou nos braços de Minha MÃE, a primeira forma de encontrar e receber AMOR, desde então sou busca e encontro.

Hoje nesta Quarta-feira de sol no meu coração, eu desejo... Desejo receber e distribuir desejos tangíveis e intangíveis. De curto, médio e longo prazo.

Hoje eu quero presença, sorrisos e abraços.
Quero o maior sorriso do meu filho.
Quero minha caixa de email transbordando de sorrisos...
Quero meu telefone tocando com música de felicidade...
Quero a gargalhada do meu Pai...
Quero a presença dos meus irmãos.
Quero a Benção de DEUS.
Quero o colo de minha MÃE.
Quero o beijo do meu Amor.
Quero meus amigos...

Sei que muitos dos desejos que quero, não terei...
Fecho os olhos e sinto o cheiro de flor no colo de minha MÃE me refazendo...
Me fazendo nascer de novo...

Então...
Todos estes desejos eu abraço com aconchego e peço vitalidade.
Sonhos suficientes para continuar recebendo alegrias e cores, completando ciclos,
Conhecendo pessoas, amando e sendo amada.
De todos que passaram, estão e ainda virão fazer parte da minha vida.
Dos que amei, amo e ainda irei amar...
Dos amigos presentes, ausentes e dos que ainda virão.
Do trabalho conquistado
Das batalhas perdidas
E das conquistas até aqui...

Obrigada a todos... e tudo.
Obrigada...Obrigada...

Vida que segue... Mais plena.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Adaptar


Severas, distantes mãos de amor
Que ousam como os desbravadores de matas virgens
Pousa em minha alma sedenta de mãos
Num afago de tortura querida e devaneio

Ânsia de manhã vinda
Acaricia meu ego com palavras de ontem
Redescobre a vida nas linhas de hoje
Na boca distante que promete mel e fel.

Meu nada encontra a insensatez de querer
Seus olhos dizem que existo
E o arco Iris inimaginado é todo cor
Coração é todo riso.

Não saber o que será
Não querer saber, apenas desejar
Querer ser mata virgem
E  nunca poderá ser a mesma, não mais...

sexta-feira, 25 de março de 2011

Busca...



Trêmulo corpo a tatear noite escura,
Busco em calor de mãos sua pele
Cheiro de pimenta, nada e ópio.
Perturbado medo, anseio seus braços.

Lânguido olhar a procura dos seus,
Boca seca em fel, sangue em forma de mel
Fome que desnorteia  em amargor de céu
Seja eu no instante de saciar o teu...

 Onde estás? Porque te sinto...
Tão longe e tão perto
Palavras em forma de fogo
Trovoadas de sensações... sentes?

E a imaginação não dita
Flutua nas correntes de sangue quente
No turbilhão de magma que flutua dentro de mim.
Onde irei agora? 

Juscélia Sousa

quinta-feira, 24 de março de 2011

Chuva



Chove nos meus pensamentos, como n'aqueles aconchegos do corpo espantando o frio.
O  puro prazer que me enche de delícias e vida.
Em seus lábios acolhedores rasgando toda a tristeza! 
Sou menina, sou mulher, inconstante e dual.
Recebo e retribuo em doses de ternura adocicada dos dias de chuva...


quinta-feira, 17 de março de 2011

Olhar

Observo os olhares perdidos nas praças.
Já não esperam nada. E se esperam, esperam tropeçar no caminho não imaginado
Esperam o que não sonharam. Esperam a paixão que não aconteceu.
Os olhares, em seus ecos perdidos carregam dores dos dias passados.
Os olhares não tem foco
Já não tem direção
Os olhares perdidos da praça
já não temem o tempo
Já não temem a hora
Já não vangloriam das vitórias
e nem descrevem as derrotas.
Os olhares perdidos esperam apenas encontrar uma lua que iluminem seu "sol".

Quem?

Sinto frio, na espinha, no estômago.
Calafrio dessa (in)dependência diante da qual me descubro
tão honestamente despreparada.
Não me acho entre os livros nem nos meus avessos.
Não tenho respostas em divã de analista.
Sou vulnerável, recalcada e materna.
Sou firme, despudoradamente sem vergonha e egoísta quando quero....
Quero muito ainda ser tudo isso....
Mas quem cuidará de tudo isso? Eu?

Em tempo...

Pimenta ... vermelha, rosa, pura.
Olhos de primavera
Língua na boca alheia
Verso mastigado
retorna, remete a mim mesma
ecoa no eu, há perdas
Tem ganhos
Rimas que chegam
Pedra que voa
Olhos além do muro
criou asas
Não tem volta
Voa borboleta
e volte quando sentir saudade...

Juscélia Sousa

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Trinta e três


Mulher água diluída em gotas, essências da vida.
Mulher fogo, trepidar e brasa. No verão de agora.
Mulher cinza dos tempos de outrora. Dos invernos de rigor e glórias.
Mulher fênix que surge nestes dias entre os três e os trinta, formando seus trinta e três manifestos em ser “Mulher”.
Contesto os efeitos
contexto dos anos
 danos da vida,
dona de mim...
Cultivo o gozo intenso do viver, pé na terra molhada e lambuzada de palavras escondidas e amassadas que reguei ontem.
Os dias que chegam como as paredes invisíveis e imaginárias, tiranos e belos.
Os contemplo nu... no vazio.
Quero tudo...
Quero dar chance aos meus ouvidos e minha sensibilidade neste imutável itinerário do seguir em frente.
Quero dizer a verdade sem atalhos.
Quero ser simples tentando ser bela aos meus olhos.
Quero ser interessante e singela, com direito a sorrisos e chinelas.
Quero degustar um bom vinho ao som de Jazz ou quem sabe aceitar aquele tango do convite que ainda não veio.
Quero café com leite quente, cama macia e colo.
E na essência dos três para não denunciar as madrugadas frias,
Quero colocar-me nua... observar, chamar, partir...
Tudo isso me compõe e me destrói.
Desprezo certas regras pacatas com confidências repetitivas.
Mas por querer buscar sempre o belo recomendo a mim mesma ter cautela.
Por isso, agora, eu adoro versos
Ladrilhos e desejos
Desarmada e  intacta
tantas notas musicais em mim agora... nestes bem vindos trinta e três anos.... 

Juscélia Sousa

Entre o olhar e o sorriso


Um olhar que observa o vento e o repouso dos muitos “ais” passados. Um coração imaginado costurado, remendado e reconstruído sente no vento um cheiro de sorriso novo.
O olhar de longe percebe no alvo claro a indizível ternura, matéria nobre do querer.
Então o coração dito cheio parece copo vazio à procura de água, água proibida, água que vem da boca de mel, inebriante, sagrada, partilhável.
Por sobreviver aos invernos de tantos danos, tantas dúvidas, denúncias e medos, a claridade honrada do sorriso fez o olhar palpitar em graça e força. E toda oferta duplicada e vulcânica do coração veio à tona querendo corpo livre, pois a alma já é toda contradição.
O olhar desprende. O sorriso flui. A paixão acontece, assim, sem hora marcada, sem previsão, num banho gradual, dual, e abundante dos sentidos postos à prova.
A surpresa do olhar é perceber que pode sim... aprender com o sorriso, ensinar com o olhar... desvendar as partes mais antigas da alegria dupla e densa mais uma vez sentindo-se “menino”.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Vilarejo

Imagino que o parabrisa inquieto durante a chuva severa na volta para casa possa indicar a tranquilidade e mostre que após a chuva chegue a merecida calmaria. Paletas do vai e vem constante e cada vez mais rápidos... A chuva que bate forte no vidro e no asfalto não trás a mesma alegria das primeiras chuvas de primavera, da chuva que bate na grama verde de Minas. Lá em Minas, no recanto bucólico onde a porteira avisa que é hora de preparar o novo café, devaneio de saudade no meio do trânsito caótico.
No ar gelado do dito conforto das quatro rodas, espero o trânsito fluir. O música de Marisa Monte incendeia minha alma e retira as tensões das luzes dos carros com medo da chuva à espera de passagem. Entre o sinal vermelho vendo o Amor passar lentamente, ele sempre passa no sinal vermelho, entre o laranja e o vermelho para ser mais precisa. É final do dia, cansaço, ruídos, sinalização com chuva, muita chuva, dúvidas, freio, casa, telefone, e só.
Aumento o volume e acompanho em voz doce a Marisa, "à um vilarejo ali onde areja um vento bom na varanda.... paraíso se mudou para lá.....
Os minutos passam, a chuva continua e percebo o desejo de ir ao Vilarejo de Marisa, então deixo a doce voz me levar......


Bem vindos ao meu Vilarejo de Sonhos






quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

...


Definitivamente. Isto de estar nas mãos, entre os dedos. Uma provocação explícita ou desrespeito à ordem das coisas. Descer juntos, esperar quietos, o momento de começar e terminar. Torcer em silêncio para que se prolongue.
Por que os ponteiros de relógios são sempre mais apressados? Os segundos são tão ágeis, sacanas... Não aguardam!
Não querer que o tempo passe. Paralisado e disponível. Essa ansiedade, o desejo absurdo de instantes a mais.
Do que é belo aos olhos. Motivos de tantos sorrisos no canto da boca.
Acredito que beleza exige uma certa contemplação. Tempo, boa música...
O maior prazer tem chegado às pressas, em curtos trajetos. Não sobra tempo para a intimidade... pernas para o ar, roupa leve, cabelos molhados....
Vida que segue...
Juscélia Sousa

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Segredo


Dos segredos existentes nos crepúsculos dourados,
A doce angústia da distância rouba sutis sorrisos de contento nas frases calmas.
É música que toca constantemente na alma fértil.
E em segredos saudosos a tempestade tira a ordem das coisas,
Buscando dia na noite
Fogo em água
Tempo no dia findo.
Desordem por odes de alegria ou futuro, busca constante em permanecer perto, ver, ouvir, sentir...
És segredo
Segredo que dá nó na garganta seca
Tira sono e quer grito.
Grito mudo, que estilhaça armaduras
E rasga pele quando encontra a sua...
Gelo que derrete no vulcão guardado
Amacia voz da rouquidão adquirida
O fogo ativo no corpo, no segredo e em nós precisa esconder com o crepúsculo
E aguardar o novo pôr do sol...

Juscélia Sousa

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Tormento


Tormento da perda
Tormento por antecipar a perda
Histórias contrárias
Dia a dia de fracassos e dores
Dia a dia de recomeço
Morte e vida nos pequenos detalhes
Tristes e mórbidos detalhes...
Entre os incontáveis, exuberantes e incontestáveis detalhes.
Aniquilados, maltratados, soberbos e indiferentes.
Mesmo espaço que míngua extrapolando corpos
Comparações, vibrações, dias de luta
Intensa luta
Faxina, vistoria, segurança
Exames, consultas, internações
Mesmos desejos
Métodos diferentes
Ainda esperança
Nos detalhes...

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Espera


Seringa, adaptador, dor...
Sorte, espera, cirurgia...
Novo dia, café, carinho...
Medidor, pílulas da dor...
Cabelo, afago, esperança
Visita, máscara, relatos
Pessoas, soro, sangue...
Lençóis limpos, frio nos ossos, espera...
Saudade, casa, ninho...
Tumulto, álcool, cadeira
Rodas, rodinhas, copo plástico, espera...
Telefone, notícias, insulina, esperança
Esparadrapo, água, caneta, lembrança
Identidade, acompanhante, cautela, espera...
Lixo, troca, gel
Descartável, confiável, prescreve a espera...
Uso controlado, limpeza, relógio, olhares...
Colo, intenção, colaboração
Tanta dor
Outro dia, mais esperança
Mais espera...

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Enfermaria (outro olhar)


Momento humano
Sabedoria de Deus
Sobre as necessidades de cada um
Não acredito que as coisas aconteçam
Sem um propósito.
Desde partilhar um prato de comida
E oferecer banquetes.
As respostas e as ocasiões levam
Sentir o exagero de vida desperdiçada e
O desespero por vida.
Vidas encostadas na cama
Vida quebrada no canto.
Vida que sofre em vida
Vida agonizante de tempo
Vida esperança em ar morto
Infecundo e contagioso, porém
Vida em abundancia.
Muita vida que “unha” espaço para viver...

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Espera



No calor da hora castigada e involúvel
Torna o físico dependente do toque
No ensejo de saciar os murmúrios do coração
Minutos desesperados nos gomos da noite.
Languidez  à espera de céu.
Na química cercada e sentida
Sobreviventes do desejo mútuo
Não faz parar os arroubos febris.
Oferta farta no sorriso estampado
Como rocha em brasa recebendo brisa.
Vento terno que canta na pele seus detalhes.
Os enigmas presentes para a junção do ser.
Fogo, terra, ar , água e boca
Única, sentidos que permanecem
Toques a passear pele afora...
Energia duradoura e conquistada na contemplação e espera.
No encanto feito, no momento certo, revela em presença
O sorriso em ser “nós”. Indelével.



Juscélia Sousa

Enfermaria


Solidariedade
Compreensão
Meio à dor e sofrimento
Mundo de vidas  desalinhadas
Mundo de esperanças
Não existe trama
Não existe culpa
Existe Fé
Olhares de ontem
Olhares do bem
Consternação
Espera de sorriso
Que Alivia
Dias sem sol
Espaço limitado
Dividido
Tudo partilhado
Ar que respira
Denso
Forte
Sensação de mundo pequeno
Partilhar...
Qual o seu nome?
O que precisa?
Estou aqui...
Estamos aqui...
Aperto no peito
O que fazer?
Muito pouco
Um afago
Um cuidado
Um pequeno sorriso
Nada que torne herói
Mas que transformam
Corações de ferro
Em sangue vermelho
Que sangra...

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Pai

Entre os dias corridos
entre as horas contadas
a vida não avisa, acontece...
Que susto Pai...
Sem encontrar as palavras perdidas na emoção
encontro nas canções do Padre Fábio de Melo 
um conforto por não está agora do seu lado.
Estou indo Pai, 
Você é meu tudo, meu amor, meu Forte e amparo.


Vou vivendo assim,conhecendo o coração que você fez pulsar em mim....


Sou esta menina pequena que vê com olhos gigantes esta vida bela e  temos muito o que desfrutar ainda. Esta vida e coração que fizeste pulsar em mim... preciso de você aqui bem perto.


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Pai!
Eu não faço questão de ser tudo
Só não quero e não vou ficar mudo
Pra falar de amor...Pra você


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A vida não perde o prumo
E assim vai seguindo o seu rumo
Desliza nos trilhos do tempo
Destrancando as portas do mundo

Florescendo a mata da serra
Dourando de sol nossa terra
A vida não se reserva
Seja inverno ou primavera

Segue o remanso lento
Esse rio imenso que quer chegar
Vai na força da vida que o convida
A nunca parar

Na solidão da terra
A cigarra espera pra ver chegar
O dia em que cantará pra misturar a voz
Na voz que a vida tem

A vida nunca desiste
É certo outro dia virá
E assim a semente cresce
O fruto aparece pra confirmar
E a luz que ao nascer da aurora
Despede a noite que dormirá
E a estrela resguarda o brilho pra
Que depois possa rebrilhar

A vida é parto constante
É pátria de todo andante
Quem chega, quem parte, quem fica
Reparte a dor da partida

Em todos os cantos do mundo
Ao nobre e ao vagabundo
A vida sorri generosa
Despertando verso e prosa

Segue o poeta triste
A dor que insiste em resguardar
Cestos de alegrias que se iluminam
De poema e sol

Segue a boiada mansa
Que na estrada avança querendo chegar
E eu vou seguindo a vida
Que vai amansando o meu coração

Poesia SertanejaPadre Fábio de Melo