domingo, 1 de agosto de 2010

Hortências

Um coração vazio de emoções e em repouso absoluto de pulsações vem a ser transformado quando uma gentileza ou palavra toca no profundo azul das simulações do mesmo, visualizando e sendo visualizado por um campo de Hortências. E neste vasto campo onde elas brotaram emergiram de um solo fértil e amplo tomando forma e beleza, respirando ares de outras flores mais próximas, sendo polinizadas por tantas e variadas belas abelhas, cada qual tangidas de seu acervo de múltiplas cores e aromas, contribuindo para a formação do mais lindo campo em tom e perfeição à espera da primavera.
Observando e ouvindo o silêncio distante das pétalas de abrindo deixando o sol invadir sua essência e exalando o cheiro inebriante da sedução, não percebem o poder  e força representada na exposição da terra, talvez porque elas pertencem ao todo, já viu o céu, foi tocada pelo ar, mas está ali parada em pleno apogeu de mistério e encanto.  Num olhar geral de todo o campo florido não consegue desvincular os olhos, ele quer tocar, possuir, sentir o cheiro e textura de mais perto, quer aprender o significado do instante de ser e estar ali, sendo agraciado pela beleza do momento adquirido, agora ele quer preencher os espaços deixados em espera, o campo  parece chamar, o espaço está á sua frente, o azul descansa os olhos, então o coração pulsa...
 Prepara para ser invadido e  invadir todo o ser, pisando de leve, adentrando para não machucar o que Deus fez com tanto zelo. Em êxtase se deliciando no mundo  azul, se ajoelha como em agradecimento toca algumas pétalas, acaricia as flores, respira o ar totalmente delas e neste instante de entrega demoradamente deitando sobre o azul tornando parte, sendo coberto , abraçando, sugando tornando apenas um. E no meio de todo vasto campo so se enxerga o céu. Abriu as portas e fez-se um coração fecundo.  Elas agora o pertence...