Frio que tira o prazer das coisas,
que esfrega e não faz fogo,
que mastiga e não sente gosto nem tato.
Úmido frio do Janeiro esperado e não sentido.
Incerto amanha do Janeiro escondido.
Corre sangue no dia que não pulsa.
Sangue sem cor, sem gloria...
Apenas sangue que dói.
Sangue de quem imaginou e não deu cor nas entrelinhas da vida.
Corre sangue na alma desnutrida da imaginação
cheiro de lodo, por ser chuva caída.
Por não ter despido das coisas velhas e lavado o ego
na chuva que passou...
Corre sangue nas vontades perdidas
durante a chuva toda.
Ainda corre ... quente ou frio?
Juscélia Sousa