sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Coração úmido



Úmido frio que ultrapassa a pele e chega aos ossos do coração.

Frio que tira o prazer das coisas,
que esfrega e não faz fogo,
 que mastiga e não sente gosto nem tato.

Úmido frio do Janeiro esperado e não sentido.
Incerto amanha do Janeiro escondido.

Corre sangue no dia que não pulsa.
Sangue sem cor, sem gloria...
Apenas sangue que dói.

Sangue de quem imaginou e não deu cor nas entrelinhas da vida.

Corre sangue na alma desnutrida da imaginação
cheiro de lodo, por ser chuva caída.

Por não ter despido das coisas velhas e lavado o ego
na chuva que passou...

Corre sangue nas vontades perdidas
durante  a chuva toda.
Ainda corre  ... quente ou frio?

Juscélia Sousa

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O meu passado é tudo quanto não consegui ser. Nem as sensações de momentos idos me são saudosas: o que se sente exige o momento; passado este, há um virar de página e a história continua, mas não o texto.
Fernando Pessoa

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