sexta-feira, 14 de maio de 2010

Sorrisos

Eu quero a sorte de sorrir sempre, quero a sorte de receber sorrisos. Quero ver e acreditar que  sorrisos cura, ilumina, dá vida,  provoca a curiosidade de querer estar perto. Por isso sorrio. 
Sou expectadora da vida. E amo muito tudo isso.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

A LIBERDADE

KHALIL GIBRAN

E um orador disse:
- Fala-nos da Liberdade.

E ele respondeu:

(...)

Sereis livres de fato
não quando os vossos dias
decorrerem sem cuidados
e as vossas noites sem desejos
e sem fadigas,
mas antes quando todas essas coisas
cercarem a vossa vida
e vos elevardes acima delas,
nus e libertos.

Mas como podereis estar acima
de vossos dias e de vossas noites,
se não quebrardes as cadeias
que na alvorada do vosso uso da razão
fizestes pesar
sobre a vossa hora do meio dia?
De fato, o que chamais liberdade
é a mais forte dessas cadeias,
ainda que os seus anéis
vos deslumbrem brilhando ao sol.
E tudo o que quereis afastar
para ficardes livres,
que é, senão fragmentos de vós mesmos?

(...)

E se é a inquietação que quereis expulsar,
tal inquietação foi escolhida por vós
e não tanto imposta de fora.

E se quereis dissipar o medo,
a sede desse medo é o vosso coração
e não a mão que vos assusta.

De fato, todas as coisas se movem
no mais íntimo do vosso ser,
num constante semi-abraço,
tanto as desejadas quanto as temidas,
as repugnantes e as tentadoras,
aquelas que buscais
como aquelas de que fugis.

Tais coisas movem-se dentro de vós
como luzes e sombras,
em pares estreitamente unidos.
E quando a sombra
se debilita e desaparece,
a luz que resta
torna-se sombra de uma nova luz.

E assim a vossa liberdade,
desembaraçada de estorvos,
torna-se ela própria embaraço
de uma liberdade maior.

Especial... MULHER

No teu branco seio eu choro.
Minhas lágrimas descem pelo teu ventre
E se embebedam do perfume do teu sexo.
Mulher, que máquina és, que só me tens desesperado
Confuso, criança para te conter!
Oh, não feches os teus braços sobre a minha tristeza não!
Ah, não abandones a tua boca à minha inocência, não!
Homem sou belo
Macho sou forte, poeta sou altíssimo
E só a pureza me ama e ela é em mim uma cidade e tem mil e uma portas.
Ai! teus cabelos recendem à flor da murta
Melhor seria morrer ou ver-te morta
E nunca, nunca poder te tocar!
Mas, fauno, sinto o vento do mar roçar-me os braços
Anjo, sinto o calor do vento nas espumas
Passarinho, sinto o ninho nos teus pêlos...
Correi, correi, ó lágrimas saudosas
Afogai-me, tirai-me deste tempo
Levai-me para o campo das estrelas
Entregai-me depressa à lua cheia
Dai-me o poder vagaroso do soneto, dai-me a iluminação das odes, dai-me o [cântico dos cânticos
Que eu não posso mais, ai!
Que esta mulher me devora!
Que eu quero fugir, quero a minha mãezinha quero o colo de Nossa Senhora!


Poema extraído do livro "Vinicius de Moraes — Poesia completa e Prosa", Editora Nova Aguillar — Rio de Janeiro, 1998, pág. 262.

13 de Maio

No dia em que Deus criou as mães (e já vinha virando dia e noite ha seis dias), um anjo apareceu-lhe e disse:

Por que esta criação está lhe deixando tão inquieto senhor?

E o Senhor Deus respondeu-lhe:

Você já leu as especificações desta encomenda?

Ela tem que ser totalmente lavável, mas não pode ser de plástico.

Deve ter 180 partes moveis e substituíveis, funcionar a base de café‚ e sobras de comida.

Ter um colo macio que sirva de travesseiro para as crianças.

Um beijo que tenha o dom de curar qualquer coisa, desde um ferimento até as dores de uma paixão, e ainda ter seis pares de mãos.

O anjo balançou lentamente a cabeça e disse-lhe:

Seis pares de mãos Senhor? Parece impossível?

Mas o problema não é esse, falou o Senhor Deus e os três pares de olhos que essa criatura tem que ter?

O anjo, num sobressalto, perguntou-lhe:

E tem isso no modelo padrão?

O Senhor Deus assentiu:

Um par de olhos para ver através de portas fechadas, para quando se perguntar o que as crianças estão fazendo lá dentro (embora ela já saiba); outro par na parte posterior da cabeça, para ver o que não deveria, mas precisa saber, e naturalmente os olhos normais, capazes de consolar uma criança em prantos, dizendo-lhe: Eu te compreendo e te amo! sem dizer uma palavra.

E o anjo mais uma vez comenta-lhe:

Senhor...já é hora de dormir. Amanhã é outro dia.

Mas o Senhor Deus explicou-lhe:

Não posso, já esta quase pronta. Já tenho um modelo que se cura sozinho quando adoece, que consegue alimentar uma família de seis pessoas com meio quilo de carne moída e consegue convencer uma criança de 9 anos a tomar banho...

O anjo rodeou vagarosamente o modelo e falou:

É muito delicada, Senhor!...

Mas o Senhor Deus disse entusiasmado:

Mas é muito resistente! Você não imagina o que esta pessoa pode fazer ou suportar!

O anjo, analisando melhor a criação, observa:

Ha um vazamento ali Senhor...

Não é um simples vazamento, é uma lagrima! E esta serve para expressar alegrias, tristezas, dores, solidão, orgulho e outros sentimentos.

Vós sois um gênio, Senhor! disse o anjo entusiasmado com a criação.

Hoje não vou escrever... vou usar as palavras de um colega. Ele me enviou este texto, que falou em mim, falou exatamente o que estava em meu coração. Um pedacinho de mim.

SEGUE O TEXTO.


REMINISCÊNCIA DE UM PASSADO
"Esse fato está relacionado com meu histórico de vida, pois traz, na sua essência, um personagem que conduz ao perfil da mulher ateniense, aquela que, definitivamente, como dizia a canção, não chora quando fustigada.

Mulher de arrojo, produto de uma geração que o bom senso se recusa a admitir que ainda exista, admiradora eterna de seu homem, e figura emblemática para alguns de seus rebentos menos para um.

Quem é essa mulher, que, na solidão, mantém em silêncio, os tormentos de sua vida, os açoites de um passado que lhe subtraíram os prazeres típicos de sua mocidade, a certeza do sacrifício em favor de um ideal que elegera como prioridade em toda sua vida.

Quem é você, que não se envaidece como uma mulher, que não se permite ser bela, você que sofre sem reconhecer a necessidade de ajuda, ou mesmo reconhecendo, rejeita-a. Você que não se vê impotente diante das suas desilusões e cansaços, você que acredita na força que vem do alto sempre que clamas ainda que desiludidamente, quem é você, de onde vem essa força que estranhamente ofusca o que em tese poderia representar sua fragilidade feminina?

Em minha juventude, lembro-me dos seus arroubos, mas também de seus sorrisos, de sua luta que, já naquela ocasião, revelava-se profética aos dias atuais. A coragem desmedida, o marejamento de seus olhos ao perceber que ia embora por um preço tão vil, sua guarida que protegia seu maior tesouro, e que, por forças das circunstancias ou talvez da estupidez humana, fora-lhe arrancada de modo tão brutal. Quem é você mulher, que não se curva diante da luta incessante e cruel, mas faz desta sua combustão de voracidade para a vida. Tal qual uma coruja de Minerva que sobrevoa em meio a uma claridade frouxa, minimiza em silêncio através de orações constantes a dor dos que verdadeiramente amas.

Se é verdade o aforismo de que contra a força não há argumentos, seu maior legado às pessoas que a conheceram, será, indiscutivelmente, o exemplo de força, a coragem de uma mulher que, por amor, foi levada das terras áridas de seu Estado. Mas que, em meio à cultura alienígena de outro, pôde viver todos os dramas de um personagem que teve, como constante aliada, a dor, a dor tantas vezes camuflada, mas perceptível aos olhos dos que verdadeiramente a amam.

Quem é você, doce criatura, que fez de mim alguém tão dependente da sua presença e do seu amor? O desatino constante e cruel na minha vida quando algo não lhe vai bem, a alegria transmudada na paz que consigo perceber em você nos momentos fragmentadamente vividos ao seu lado.
As incertezas de sua vida, associadas ao seu comportamento de difícil interpretação social, não me impedem de imortalizá-la no conceito de que, para mim, você é, de fato, a eterna musa, com quem, não raras vezes, vejo-me inserido em um cenário cinematográfico dançando uma eterna e suave dança vienense, aquela que me faz projetar em todos os momentos felizes ou não vividos ao seu lado. "


Flávio Furtuoso

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Blogger encontrado...

Encontrei meu cantinho, voltarei a escrever... pedacinhos de mim, pedacinhos do que vivo e vivi... Uma flor para começar.