quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

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Definitivamente. Isto de estar nas mãos, entre os dedos. Uma provocação explícita ou desrespeito à ordem das coisas. Descer juntos, esperar quietos, o momento de começar e terminar. Torcer em silêncio para que se prolongue.
Por que os ponteiros de relógios são sempre mais apressados? Os segundos são tão ágeis, sacanas... Não aguardam!
Não querer que o tempo passe. Paralisado e disponível. Essa ansiedade, o desejo absurdo de instantes a mais.
Do que é belo aos olhos. Motivos de tantos sorrisos no canto da boca.
Acredito que beleza exige uma certa contemplação. Tempo, boa música...
O maior prazer tem chegado às pressas, em curtos trajetos. Não sobra tempo para a intimidade... pernas para o ar, roupa leve, cabelos molhados....
Vida que segue...
Juscélia Sousa

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Segredo


Dos segredos existentes nos crepúsculos dourados,
A doce angústia da distância rouba sutis sorrisos de contento nas frases calmas.
É música que toca constantemente na alma fértil.
E em segredos saudosos a tempestade tira a ordem das coisas,
Buscando dia na noite
Fogo em água
Tempo no dia findo.
Desordem por odes de alegria ou futuro, busca constante em permanecer perto, ver, ouvir, sentir...
És segredo
Segredo que dá nó na garganta seca
Tira sono e quer grito.
Grito mudo, que estilhaça armaduras
E rasga pele quando encontra a sua...
Gelo que derrete no vulcão guardado
Amacia voz da rouquidão adquirida
O fogo ativo no corpo, no segredo e em nós precisa esconder com o crepúsculo
E aguardar o novo pôr do sol...

Juscélia Sousa