quinta-feira, 28 de outubro de 2010

A manhã

Acorda, a manhã nos brinda com a sua última hora 
Os sonho redobram os desejos 
Tuas mãos delicadas redefinem os teus seios 
E o sol sabe lá, enfim se lembrará de nós 

A distância é boa, nossas bocas ficam mudas
E um beijo nos lança, pro silêncio de tantas outras 
Teu sorriso é senão uma foto desfocada 
Que nos lembra um instante que não somos 

Acorda a manhã é longa e nos divide em dois 

Tua mãos pequenas tocam minha ausência 
É impossível a direção ds ruas sem entender nossos passos 
Já não há com quem lutar, se o mar não nos alcança 
E a hora tenta o passado 

A distância é boa, nossas bocas ficam mudas 
E um beijo nos lança, pro silêncio de tantas outras 
Teu sorriso é senão uma foto desfocada 
Que nos lembra um instante que não somos 
Acorda a manhã é longa e nos divide em dois


Nos braços de dois mil anos 
Eu nasci sem ter idade 
Sou casado, sou solteiro 
Sou baiano e estrangeiro 

Meu sangue é de gasolina 
Correndo não tenho mágoa 
Meu peito é de sal de fruta 
Fervendo num copo d' água

Soneto de Fidelidade

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
                                                                                    Quem sabe a solidão, fim de quem ama.

                                                                                    Eu possa me dizer do meu amor (que tive).
                                                                                    Que não seja mortal, posto que é chama
                                                                                    Mas que seja infinito enquanto dure.

                                                                                    (Vinícius de Morais)

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Quase



Ainda pior que a convicção do não, é a incerteza do talvez, é a desilusão de um quase!
É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase amou não amou.
Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas ideias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no Outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna.
A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e na frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos “bom dia”, quase que sussurrados.
Sobra covardia e falta coragem até para ser feliz.
A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.
Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor.
Mas não são.
Se a virtude estivesse mesmo no meio-termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.
O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.
Preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.
Para os erros há perdão, para os fracassos, chance, para os amores impossíveis, tempo.
De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar a alma.
Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.
Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.
Desconfie do destino e acredite em você.
Gaste mais horas realizando que sonhando…
Fazendo que planejando…
Vivendo que esperando…
Porque, embora quem quase mor
re esteja vivo, quem quase vive já morreu
Fernando Pessoa

Hoje eu chorei de alegria ao receber este email, Meu querido IRMÃO SILVÉRIO, me enviou este texto... meu amado, estou à porta e peço entrada... não nasci para o quase... preciso do seu abraço e do seu afeto, do seu sorriso e de nossas dores. 

Sou eu esta pequena na janela, com as mesmas flores que sempre carreguei por ti, rego meu coração nesta saudade tão longe e tão perto. Obrigada..... Te amo. ESTOU VIVA...

Meu Pai. Meu orgulho.

Aqui eu não preciso de poesia, não preciso escolher as palavras, não preciso escolher o sorriso. São todos oferecidos a você... o meu melhor sorriso, palavras e poesias.
Por que foi neste gesto mais simples de pensar, calar, analisar... que me ensinaste a ser gente, gente que ama.
Meu Pai, hoje não é nenhuma data especial, nem um dia que possamos escolher para relembrar ou buscar exemplificar, é apenas mais um dia que quero expressar o meu amor por você.
Te Amo assim... homem simples, homem MEU PAI, homem de atitude e amor... Homem orgulhoso de seus filhos. FELICÍSSIMO homem, Meu Pai amado....
Que Deus te abençõe Papai... Meu menino...meu exemplo de vida...