segunda-feira, 31 de maio de 2010

A saudade é um passarinho que vem de leve e pousa nos nossos corações trazendo lembranças...


... Como um colibri que beija a flor e trás beleza.

E ela nem escolhe hora ou lugar, só aparece assim, invadindo interiormente esse espaço que consideramos reservado as pessoas ou ocasiões especiais.

Mas se existe saudade, é porque existem sementinhas de ternura plantadas em nós.

Pedacinhos de coisas boas, que talvez nem tenham ficado muito tempo, mas o suficiente para deixar um rastro, um sabor, uma marca, um perfume.

Que nome dar então a essa falta, esse vazio nostálgico dolorido e bom que invade a alma e toma conta do momento?

Essa viagem que fazemos sem malas e documentos e que nos leva e nos trás, cheios de amor e de não sei o que?

A saudade é uma prova, um certificado, carimbado e assinado embaixo de que não estamos inteiramente sós e nem vazios.

As pessoas vêem e vão e ficam assim se prolongando em nós, existindo pela eternidade do nosso caminho.

E amanhã ou depois, quando tudo o que sobrar em nós forem pedaços do passado, teremos esse coração rido em histórias que nos farão rir sozinhos e nos sentir vivos.

São essas as peças que os verdadeiros amigos pregam ao nosso coração.

Caímos nessa armadilha e ainda nos divertimos.

Aprendemos assim que sentir saudades é respirar o amor que plantaram em nós.

È viver depois repletos desse amor para a vida toda.



Letícia Thompson

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O meu passado é tudo quanto não consegui ser. Nem as sensações de momentos idos me são saudosas: o que se sente exige o momento; passado este, há um virar de página e a história continua, mas não o texto.
Fernando Pessoa

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