segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Suspiros

“curta é a nossa vida, e cheia de tristezas, para a morte não há nenhum remédio: não há notícia de ninguém que tenha voltado da região dos mortos, com o tempo nosso nome cairá no esquecimento, e ninguém se lembrará de nossas obras. Nenhum reinício é possível uma vez chegado o fim; Vinde portanto! Aproveitemo-nos das boas coisas que existem, vivamente gozemos das criaturas durante nossa juventude! Inebriemo-nos de vinhos preciosos e de perfumes, e não deixemos passar a flor da primavera! Coroemo-nos de botões de rosas antes que eles murchem! Nenhum de nós falte à nossa orgia; em toda parte deixemos sinais de nossa alegria, porque este é o nosso quinhão, esta  a nossa sorte.”

Fragmentos da página 288 do livro ‘ O Último Suspiro”, biografia do cineasta Luís Bunuel.

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O meu passado é tudo quanto não consegui ser. Nem as sensações de momentos idos me são saudosas: o que se sente exige o momento; passado este, há um virar de página e a história continua, mas não o texto.
Fernando Pessoa

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