quarta-feira, 15 de setembro de 2010

A bromélia

 Tantos anos passo por ela, sei que escondida no meio do serrado sugando o poder da árvore que a mantém mas que em seus dias de glória enfeita com as mais lindas flores que só uma bromélia sabe expor...
As duas seguem juntas, e nesses dias secos nos quais eu passei por ela, ela estava assim, folhas secas ao sol se preparando para explodir em cor e beleza.  As duas não chocam, uma se vale da outra, se completam, observei a árvore pq sou apaixonada por bromélias, mas ela não seria tão valiosa se não estivesse naquele tronco. Por isso eu a observo nos dias que passo entre o cercado farpado e a estrada de poeira desestruturada que me leva ao meu colo de vida. Ainda não vi as flores, sei que ainda as verei, passarei justamente no dia em que a essência da flor estiver a minha espera, e neste dia guardarei no meu coração o presente de Deus. Como tantos presentes de Deus que podemos guardar apenas no coração... e saber que ELE existe. Numa flor, numa estrada, um amor, um Filho, os irmãos, um todo não vivido, uma Bromélia em seu Cerrado   , uma MÃE, a poeira na estrada, os sonhos, AS LÁGRIMAS com tantas flores a serem colhidas...
Verei sim as FLORES  da BROMÉLIA que enfeita minha estrada, que enfeita minha vida.

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O meu passado é tudo quanto não consegui ser. Nem as sensações de momentos idos me são saudosas: o que se sente exige o momento; passado este, há um virar de página e a história continua, mas não o texto.
Fernando Pessoa

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