Severas, distantes mãos de amor
Que ousam como os desbravadores de matas virgens
Pousa em minha alma sedenta de mãos
Num afago de tortura querida e devaneio
Ânsia de manhã vinda
Acaricia meu ego com palavras de ontem
Redescobre a vida nas linhas de hoje
Na boca distante que promete mel e fel.
Meu nada encontra a insensatez de querer
Seus olhos dizem que existo
E o arco Iris inimaginado é todo cor
Coração é todo riso.
Não saber o que será
Não querer saber, apenas desejar
Querer ser mata virgem
E nunca poderá ser a mesma, não mais...
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O meu passado é tudo quanto não consegui ser. Nem as sensações de momentos idos me são saudosas: o que se sente exige o momento; passado este, há um virar de página e a história continua, mas não o texto.
Fernando Pessoa
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